Planejamento financeiro e diferenciação são fundamentais para operador de TV paga de menor porte

Existe, sim, espaço para operadoras locais e de menor porte de TV por assinatura, mas atuar neste mercado não é tarefa fácil. Aliás, está longe disto: requer planejamento financeiro e estratégico, inovação para se diferenciar no mercado e muita atenção aos custos.

“Mesmo em cidades menores o investimento por quilometro de rede é igual ao feito nas grandes, mas o número de assinantes é menor. Então, tem de agir com muita inteligência”, destacou Eduardo Pauletti, diretor-geral da Multiplay, durante discussão na ABTA 2014, evento que ocorre em São Paulo de 5 a 7 de agosto. Rodrigo Schuch, diretor de mercados residenciais da Algar Telecom, concordou que os operadores pequenos possuem a desvantagem do alto custo. “É preciso estar capitalizado, porque vai trabalhar com margem reduzida”, apontou Schuch.

Um dos pontos mais colocados durante o painel foi a necessidade de a operadora de menor porte encontrar um nicho de atuação. “Há áreas muito populosas. Quando se sai das regiões metropolitanas se vê que tem muito espaço para trabalhar”, apontou Laércio Ribeiro, diretor de operações da iON TV. É preciso, contudo, entender onde a demanda está e saber como atendê-la diante da enorme diversidade que existe no Brasil. Ribeiro aposta no atendimento localizado e em inovações como IPTV para atrair o público e ganhar relevância no mercado.

Os debatedores também levantaram a questão das obrigações impostas pelo governo. Leandro Santos, COO da Blue Interactive, contou que, mesmo tendo porte menor, a operadora carrega as mesmas obrigações das grandes empresas porque é classificado como dominante em alguns mercados. A Blue soma 20 anos de mercado e, atualmente, opera em 25 cidades. “Hoje temos restrições que limitam nosso crescimento. Estamos enxugando nossa estrutura para ter mais rentabilidade.”

Fonte Abranet